Nesta quinta-feira (9), o SINDIEDUTEC participou do Encontro das Mulheres da FASUBRA Sindical. Juliane Casagrande (IFPR Londrina), Amanda Barros (IFPR Palmas), Marta Ferreira (IFPR Palmas) e Silvana Marcondi (IFPR Paranaguá), compuseram a delegação que representou o sindicato no evento.
Depois da mesa de abertura, houve o momento em que as trabalhadoras contextualizaram os trabalhos em suas bases. Juliane Casagrande, diretora de política sindical e sindicalizados, colocou a necessidade de união das mulheres trabalhadoras que compõem base da FASUBRA. “Nós aqui hoje temos várias realidades em comum, infelizmente. O assédio moral, sexual, que vem por vezes dos colegas de instituição e as vezes até para com nossas estudantes. Muitas vezes diante disso não sabemos como agir, especialmente diante dos casos que envolvem nossas companheiras terceirizadas”, declarou.
Casagrande disse ainda que é importante ter estrutura para lidar com essas situações. “Estar aqui é importante para nos unirmos. E precisamos que o sindicato nos dê o aporte necessário para atuarmos diante dessas realidades”, ressaltou.
Durante a tarde, houve uma palestra de Tatau Godinho, integrante da Marcha Mundial das Mulheres, doutora em Ciências Sociais e ex-integrante da secretaria de política das mulheres, durante o governo de Dilma Rousseff.
Em sua fala sobre organização social do cuidado, ela propôs a luta por políticas sociais do zelo. Segundo ela, se tratam de medidas para promover a igualdade social através da distribuição de tarefas, já que, socialmente, o ato de cuidar ganhou contornos femininos. “Saiu um dado do IBGE que aponta que uma mãe solo tem menos trabalho em casa do que uma mãe que mora com o companheiro. Precisamos pensar em políticas de estado que nos libertem”, ressaltou.
Ela ainda falou sobre a convenção 190 OIT (Organização Intencional do Trabalho), que estabelece novas perspectivas acerca de assédios e violências. “Ela combate a todas as formas de assédio no ambiente de trabalho, sugere mecanismo de organização dos trabalhadores e punição dos empregadores”, numa provocação para discussão sobre condições e ambiente laborais das TAEs presentes.
Durante o debate, as discussões giraram em torno de sexismo como ponto de partida para assédio moral no ambiente de trabalho e sobrecarga doméstica. Finalizando a tarde, Godinho concluiu o debate falando sobre como a exploração de gênero também é uma exploração de classe. “É exatamente porque temos uma sociedade baseada numa divisão sexual do trabalho, do mesmo jeito que temos raça e classe como relação social, nós temos relações sociais baseadas no sexo. É um intricamento de relações sociais que produz, riqueza, desigualdade e bem-estar maior para alguns” concluiu.