Aproximadamente 2.500 pessoas participaram, nesta sexta-feira (22), em Curitiba, de uma mobilização contra o fim a aposentadoria. O ato teve início na Boca Maldita, com distribuição de panfletos e diálogo com a população. Depois os representantes das centrais sindicais e movimentos sociais seguiram em caminhada até o prédio do INSS, também no centro da capital paranaense.
“Estamos aqui para dizer alto em bom som que não aceitamos essa reforma que na prática significa o fim da aposentadoria. Mobilizações, em todo o Brasil, acontecem neste momento contra esse absurdo que coloca o fim do sistema solidário da previdência social no Brasil. Por isso estamos fazendo esta mobilização. Estamos dando um recado que caso o governo insista com esse projeto o Brasil vai parar”, garantiu o secretário-geral da CUT Paraná, Márcio Kieller.
A mobilização é uma espécie de esquenta para a greve geral que a CUT e as demais centrais sindicais planejam caso o Governo Federal mantenha a tramitação da proposta, que entre outros retrocessos, impõe idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.
A secretária de mobilização e movimentos sociais da CUT Nacional, Janeslei Albuquerque, apontou os responsáveis pelo déficit na previdência. "É justamente sobre o assalariados, sob os muito pobres que o Paulo Guedes e o Bolsonaro querem desviar para os bancos R$ 1 trilhão. É cruel, é perverso, desonesto e precisamos dizer isso em todo o lugar. É mentira que estão atacando privilégios. Não mexe na aposentadoria dos juízes e desembargadores, não mexe na dividia dos sonegadores de impostos previdenciários, as grandes empresas que devem repetidamente e não pagam. Portanto, tem déficit na previdência? Mas quem produz? É a DRU que tira 20% da previdência, são os empresários sonegadores que devem R$ 450 bilhões. Os privilegiados do judiciário e não os trabalhadores do judiciário que estão na mesma situação que a nossa. O parlamento que mantém seus privilégios”, apontou.
Atos aconteceram por todo o País, do Sul ao Norte do Brasil, nas principais cidades de cada estado. No Paraná, além de Curitiba, mobilizações aconteceram no interior, em cidades como Cornélio Procópio e Maringá.
O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, afirmou que está em curso um sequestro de direitos e que a classe trabalhadora não deve nada para o Brasil.”Esse projeto ataca todos e todas os trabalhadores e trabalhadoras, mas penaliza as mulheres, os trabalhadores rurais, a juventude. Nós queremos dizer que iremos defender nossos direitos. Vamos defender a escola pública, vamos defender os direitos sociais do povo brasileiro. O que está acontecendo no Governo Federal é um sequestro dos nossos direitos para aumentar o lucro do grande capital e dos grandes empresários. Nós trabalhadores e trabalhadoras não devemos nada para o nosso País, muito pelo contrários, vamos em busca de mais direitos”.
A vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes, destacou os retrocesso para as mulheres, que representam boa parte de sua categoria. ”(As mulheres) que ainda nesse País recebem 40% a menos para o mesmo trabalho que os homens, seremos novamente as mais prejudicadas com o fim dessa nossa aposentadoria que é um direito social. É uma proteção à vida das mulheres. Precisamos entender que depois do golpe, a reforma trabalhista precarizou ainda mais o trabalho das mulheres. Colocou as mulheres na informalidade”, enfatizou.

O ex-senador Roberto Requião também participou da manifestação e criticou o discurso da previdência ser deficitária e citou, como exemplo, a situação dos militares. “A previdência pública no Brasil não é deficitária. Mas tem setores que sim. Quero dar um exemplo: os militares não têm desconto da previdência. Ela é integralmente paga pelo dinheiro público. Eles têm uma contribuição de 7,5% para o salário para um fundo de pensão dos seus filhos, das suas mulheres dos filhos que adotam e dos seus pais. A previdência dos militares é integralmente mantida pela união. Ela custa R$ 43,9 bilhões ao ano. Agora, esse 7,5% que eles descontam para garantir a pensão significa pro parte deles contribuição por parte de R$ 3 bilhões para despesa pública de R$ 43.9 bilhões”, relatou.
Veja mais informações sobre as mobilizações em todo o Brasil no site da CUT Nacional clicando aqui. Para mais imagens do ato em Curitiba clique aqui.
Interior
No interior do Paraná também aconteceram diversas manifestações. No campus Paranavaí, por exemplos, houve paralisação total das atividades.
Foram organizados dois atos no campus, um as 08h00 e o outro será as 20h, no bloco didático 2.
O ato reuniu professores, técnicos e alunos para palestra, debate e atividade cultural sobre a reforma da previdência.